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sábado, 25 de fevereiro de 2012

Novo Acordo Ortográfico (5)

Acentuação gráfica

Na acentuação gráfica houve algumas alterações com a introdução do novo acordo ortográfico.

Supressão de acentos gráficos em palavras graves (palavras com acentuação predominante na penúltima sílaba) 

Nos verbos da 2ª conjugação, que contém um e tónico oral fechado em hiato com a terminação –em da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo ou conjuntivo não recebam acento circunflexo. 
Creem, deem, leem, veem, descreem, releem, reveem

Nas palavras graves que tendo respetivamente vogal tónica aberta ou fechada, escrevendo-se do mesmo modo (homógrafas) de palavras formadas, na sua origem, por duas palavras (proclíticas) deixam de receber acento agudo ou circunflexo.
pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar e pela(s), combinação de per e la(s)
polo(s) (ó), substantivo e polo(s), combinação antiga e popular de por e lo(s)
para(á), flexão de parar e para preposição

Nas palavras graves com ditongo oi (Nota: comboio, dezoito, já não tinham acento)
asteroide, carcinoide, heroico, esfenoide, espermatozoide, etmoide, ictitoide, jiboia, joia

Exceções
pôde, 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo e pode presente do indicativo assim como pôr, forma verbal e por, preposição
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O Novo Acordo prevê que se assinale, na norma culta lusoafricana, com acento agudo nos verbos regulares da primeira conjugação, a terminação da 1ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo, de modo a distingui-la das correspondentes formas do presente do indicativo e que na norma culta brasileira não haja distinção. O mesmo acontece com o verbo dar na 1ª pessoa do presente do conjuntivo, usando acento circunflexo.

Norma lusoafricana – andámos, cantámos, lavámos, dêmos
Norma brasileira – andamos, cantamos, lavamos, demos
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Na língua portuguesa encontramos palavras com divergências de timbre entre a norma lusoafricana e a norma brasileira , por exemplo, palavras que têm vogais tónicas e e o, seguidas das consoantes nasais m e n, em Portugal essas vogais são abertas (com acento agudo) e em grande parte do Brasil são de timbre fechado (com acento circunflexo). São legítimas as duas variantes. Alguns exemplos:

Palavras esdrúxulas (acento tónico na antepenúltima sílaba)

Vogal e seguida de consoante nasal m e n
Norma lusoafricana – académico, biénio, efémero, gémeo, género, génese, oxigénio
Norma brasileira – acadêmico, biênio, efêmero, gêmeo, gênero, gênese, oxigênio

Vogal o, seguida de consoante nasal m ou n
Norma lusoafricana – agronómico, barómetro, cómico, crónico, homónimo, matrimónio
Norma brasileira  –  agronômico, barômetro, cômico, crônico, homônimo, matrimônio

Palavras graves (acento predominante na penúltima sílaba)

Vogal e seguida de consoante nasal m ou n
Norma lusoafricana – fémur, Fénix, pénis, ténis, Vénus, xénon
Norma brasileira  –  fêmur, Fênix, pênis, tênis, Vênus, xênon

Vogal o seguida de consoante nasal m ou n
Norma lusoafricana – abdómen, Adónis, bónus, ónix, ónus, pónei
Norma brasileira  –  abdômen, Adônis, bônus, ônix, ônus, pônei

Palavras agudas (acento tónico na última sílaba)

Vogal e e o final em palavras agudas
Norma lusoafricana – caraté, bebé, croché, matiné, puré, cocó, ró
Norma brasileira – caratê, bebê, crochê, matinê, puré, cocô, rô

Vogal o final com variação de sílaba tónica
Norma lusoafricana – judo, metro
Norma brasileira – judô, metrô
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O trema é um sinal ortográfico (¨) que era usado nos grupos gü e qü, para indicar que a vogal -u- devia ser lida (ex.: lingüístico), mas esta utilização foi suprimida para o português lusoafricano pelo Acordo Ortográfico de 1945 e para o português brasileiro pela aplicação do Acordo de 1990. Continua a ser usado em português em derivados de palavras estrangeiras (ex.: mülleriano).

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